Fotos: Willian Augusto

 
A Guarda Civil de Contagem fez dois protestos na última semana para reivindicar plano de carreira e reajuste de salários. Na Quarta-feira (22), a manifestação aconteceu na sede do município e na porta da prefeitura. Na sexta-feira (24), o movimento foi na avenida João César de Oliveira, no bairro Eldorado.
 
Segundo o presidente da Associação dos Guardas Municipais de Contagem, Arlindo Junio de Almeida, os protestos foram pacíficos, ordeiros, legais, não tiveram bandeira partidária e não tiveram a intenção de fazer oposição ao governo municipal.
 
“Buscamos somente a devida valorização da categoria. Reconhecemos e respeitamos o poder executivo, na pessoa da Prefeita Marília Campos. Lutamos há mais de oito anos pela implantação de um Plano de Cargos e Carreira, e por reajustes de salários. Desde a criação da Guarda Civil de Contagem, os servidores se encontram sem perspectiva de um futuro dentro de sua profissão”, disse. 
 
De acordo com a coordenação, a  manifestação respeitou o trânsito e não houve fechamento total das vias. A instituição manteve a continuidade da prestação do serviço de segurança pública, sem alterações no efetivo para demonstrar o compromisso com a sociedade. Parte da tropa e servidores de folga, participaram do movimento.
 
Os guardas civis afirmam que a secretária de Defesa Social de Contagem, Paola Soares, teria mentido quando afirmou que o reajuste seria concedido ainda esse ano. Quando souberam que não seria possível, os guardas se revoltaram e foram para as ruas reclamar da falta de compromisso do governo com a categoria.

Atualmente, o salário de um Guarda Civil é 1.936 reais mais o adicional de 50 % de periculosidade. Se o guarda afastar do serviço ou aposentar, não recebe o adicional. Já um agente da Transcon recebe 3.230 reais sem as vantagens. 

“A classe conta com apenas o cargo principal de Guarda Civil e a gratificação que não é estendida a todos os integrantes da instituição. Além disso, o benefício pode ser retirado a qualquer momento, de acordo com a vontade do governo. Um plano de carreira foi apresentado com valores e condições que permitem a criação e implementação, porém, o poder executivo informou que a proposta é inviável porque afetaria muito o orçamento municipal. Não concordamos com essa alegação”, disse o Guarda Civil, Davi Leonardo Guedes.
 
Em nota, a Prefeitura de Contagem informou que vem dialogando com a categoria, que está empenhada em negociar e construir o Plano de Carreira. Disse que a manifestação é legítima, mas esclareceu que a corporação tem 400 integrantes e apenas 20 guardas estavam presentes na manifestação da quarta-feira (22).

Ainda segundo a prefeitura, a Comissão da Guarda Civil (Copenc) foi informada que o governo está impedido, por força de Lei, de apresentar o Projeto de Lei para criar o Plano de Carreira em 2021, que pretende concluir a redação final do Plano até dezembro e apresentá-lo na primeira sessão da Câmara Municipal em 2022.

A comissão de guarda civis não foi atendida pelo governo, mas uma reunião está agendada para o dia 14 de outubro. A Guarda Civil de Contagem foi criada em 2006, no primeiro mandato da prefeita Marília Campos.