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Foto: Robson Rodrigues
Clube do Tênis e Tênis Escola. Esses nomes são desconhecidos, mas visam mudar a realidade de crianças sob risco social e oferecer uma opção de esporte em Contagem.
Os homens de negócios e professores de tênis, Guilherme Martins, Claudius Tenório e Odair de Brito, estão por trás da ideia. Em um evento organizado na cidade, os três lançaram a proposta do Clube do Tênis. O objetivo é formar um grupo de 50 sócios. A adesão vai custar R$ 1 mil e as mensalidades R$ 100,00.
A quantia será investida na estrutura que o esporte exige, lazer e saúde dos associados. Para o empresário Guilherme Martins, o clube atende a uma demanda. “Se o plano der certo, vamos oferecer mais uma opção de entretenimento e atividade física para os contagenses, que precisam”.
Tênis social
Além de popularizar o tênis para pessoas que tem condições financeiras, os três militantes do desporto, também estão colocando em prática o projeto social Tênis Escola. A iniciativa já existe em Belo Horizonte. O projeto ensina o esporte para mais de 340 crianças de escolas públicas do bairro Olhos d’água.
Por enquanto, a instituição de ensino contemplada em Contagem é a Escola Estadual José de Aguiar, no Jardim Riacho. Odair e Guilherme buscam 50 alunos de 11 a 15 anos e levam para uma quadra na Avenida Firmo de Matos (estrutura que também abrigará o Clube do Tênis). Arcando com os custos, eles oferecem transporte e equipamentos.
O objetivo é formar um ser humano sociável e consciente. “Oferecemos a essas pessoas que vivem em permanente risco social, disciplina, respeito, sociabilidade e um esporte diferente do que eles estão acostumados”, explica Guilherme.
Mesmo com pouco tempo de inserção das aulas, Guilherme e Odair já veem diferenças no comportamento dos meninos. Algumas crianças menos disciplinadas entendem que para participar da atividade precisam atender às exigências do esporte. “O tênis determina respeito com o outro e disciplina. Os alunos só jogam se entenderem isso e eles estão assimilando bem este comportamento. As professoras disseram que os alunos melhoraram muito na sala de aula”, explica Guilherme.
Para Guilherme, os meninos também começam a enxergar coisas diferentes do que vivem. “O convívio com pessoas bem sucedidas, os fazem perceber que devem trilhar o caminho do trabalho e da dedicação para serem alguém na vida”.
Tênis é para todos
Se os dois projetos derem certo, eles vão se tornar complementares. A mobilização de pessoas que vão pagar para entrar no Clube do Tênis vai ajudar diretamente na manutenção e ampliação do Tênis Escola. Os programas unidos podem se transformar em uma bola de neve, ou melhor, em uma grande bola de tênis, que vai quebrar preconceitos. A equação é simples: Clube do Tênis + Tênis Escola = popularização da modalidade.
Para Claudius, o tênis tem que deixar de ser visto apenas como exclusividade dos mais abastados, e quem sabe, possa até despertar a atenção do poder público. “Os políticos acham que um projeto de tênis não vai atender a todos. Eles também enxergam o esporte como hábito de rico”.
Claudius está certo. Em 2010, durante a inauguração de um projeto social na Favela da Maré, no Rio, um garoto da comunidade disse ao então presidente Lula, que gostaria de praticar tênis. Lula respondeu dizendo que tênis era um \"esporte de burguês\".
Para Guilherme, a alcunha de elitista que o tênis carrega é culpa da mídia que “fez uma propaganda ruim do esporte”. O empresário e tenista,faz a mea culpa. “As pessoas ligadas ao esporte não pensavam em estratégias para mudar essa realidade”.
Saia da poltrona
Para quem tem vontade de praticar, o professor da modalidade a mais de 25 anos, Odair de Brito, avisa: qualquer um pode jogar tênis, mesmo que esteja fora do peso. A pessoa se adéqua a modalidade.
O contato para quem quiser entrar para o clube ou auxiliar o Tênis Escola é: 8489-3392, ou pode ar: dynamistennisshow.com.br.
Por Guilherme Reis