Data de publicação: 31-05-2025 00:55:00 - Última alteração: 31-05-2025 01:03:48 4701k

Ataques a Marina Silva no Senado escancaram violência política de gênero 4a5731

Jornal Diário de Contagem On-Line
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Fotos: Lula Marques/Agência Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (REDE), foi alvo de agressões verbais e atitudes misóginas durante audiência na Comissão de Serviços e Infraestrutura do Senado, nesta terça-feira (28/5). O caso provocou reações contundentes de especialistas.

O episódio evidencia a violência política de gênero e a resistência de setores conservadores à regulação ambiental. Após o ocorrido, parlamentares e o próprio presidente Lula, ligaram pessoalmente à ministra em solidariedade.

Misoginias

Durante o debate, senadores da oposição atacaram Marina de forma reiterada e desrespeitosa. O senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que “não a respeita como ministra”.


Marina Silva ao lado do presidente da comissão, senador Marcos Rogério

Já o presidente da Comissão, Marcos Rogério (PL-RO), disse para ela “se colocar no seu lugar”. A ministra deixou a sessão visivelmente abalada. Marina não teve defesa imediata dos parlamentares presentes. O respaldo do governo foi posterior ao episódio.

"Coloque-se no seu lugar"

Especialistas afirmam que as ofensas se enquadram como violência política de gênero, intensificada pelo fato de Marina ser uma mulher negra, de origem pobre, e com histórico de liderança em pautas socioambientais. 

“Esse ‘coloque-se no seu lugar’ reflete a ideia de que as mulheres não pertencem ao espaço político”, analisou a professora da UnB, Michelle Fernandez.

A cientista política Flávia Biroli reforça: “Tentar silenciar e deslegitimar Marina é uma forma de barrar a regulação ambiental que ela representa.

O fato de ser uma mulher com destaque e história incomoda setores que vêem o meio ambiente apenas como recurso econômico”.

Uma trajetória ameaçadora para interesses predatórios

Marina é reconhecida internacionalmente como uma das principais lideranças ambientais do mundo e representa um modelo de governança que prioriza sustentabilidade e respeito aos direitos socioambientais.

Então a ministra confronta diretamente interesses de parte do agronegócio, do setor de mineração e de grupos políticos ligados à flexibilização de licenciamento ambiental.

O Senado aprovou um projeto que afrouxa as regras do licenciamento, classificado por ambientalistas como o maior retrocesso em 40 anos.

A crítica de Marina ao texto e a resistência a projetos como a exploração de petróleo na margem equatorial, apoiada por nomes como Davi Alcolumbre (União-AP), acirraram os ânimos no Congresso.


Marina Silva é ouvida na Comissão de Serviços e Infraestrutura do Senado

Silêncio institucional e falta de reação imediata

Durante o bate-boca, a única voz a se levantar em defesa da ministra foi a da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). “Qual o problema de ela falar?”, questionou, ao cobrar respeito e direito de fala. 

Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), só se pronunciou depois, por meio de nota. “Faltou uma defesa mais incisiva naquele momento. Isso mostra o quanto ainda se naturaliza o tratamento ofensivo às mulheres na política”, lamentou Michelle Fernandez.

“Violência simbólica contra todos que defendem o meio ambiente”

A professora Teresa de Novaes Marques, da UnB, apontou que o ataque à ministra é também uma forma de enviar recado a defensores do meio ambiente, sobretudo da Amazônia. 

“Ao agredir Marina, se agride simbolicamente os ribeirinhos, os povos indígenas e todos que lutam por um modelo de desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Segundo dados recentes de organizações internacionais, o Brasil é o segundo país com mais assassinatos de defensores ambientais no mundo.

Lula manifesta apoio à ministra

Após o episódio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou para Marina, expressou apoio e validou a decisão de abandonar a audiência. 

A ministra, que já foi senadora, deputada federal e candidata à Presidência da República, é peça-chave na agenda internacional de sustentabilidade do governo e tem tido papel de destaque em fóruns como o G20 e a COP.

O episódio envolvendo Marina Silva serve como alerta para os limites da tolerância política e o papel crucial de mulheres negras na defesa da democracia, da natureza e dos direitos humanos.

Fonte: Agência Brasil
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